sábado, 26 de janeiro de 2013

A Careta

Quando retornei ao basquete brasileiro, meu primeiro texto foi sobre a complexidade do esporte.

Não é fácil escrever sobre basquete. Principalmente no Brasil, aonde os grandes pensadores estão afastados há muitos anos.

Não existe a menor possibilidade de se esgotar qualquer sub-tema em uma ou duas crônicas.

Ontem, eu meti a mão num vespeiro.

Aproveitei a exclusão do técnico do Flamengo, José Neto (que reconheço que está caminhando para se tornar um Super-Técnico), e uma discussão admirável com o técnico em basquetebol (e atual comentarista de Sportv), Byra Bello, para tecer uma ácida crítica a atual arbitragem do Novo Basquete Brasil.

Meu amigo Carlinhos Brazolin (uma das pessoas que mais amo no mundo, fruto de uma das famílias que mais amo no mundo), me questionou no facebook (como é bom existir o facebook e poder ser questionado de forma saudável):

"Como pode uma arbitragem que fez mais uma final olímpica ser questionada?"

Então, vamos lá!

Um grande árbitro, de qualquer esporte, sempre entrará em campo pré-disposto a não punir ninguém.

Ele é um guardão do espetáculo!

Ele sabe que o público pagou ingresso para assistir as atuações dos grandes artistas.

Faltas técnicas, cartões amarelos e outros artifícios foram criados somente para punir excessos e serem utilizados com muito critério.

Confesso que essa palavra 'critério' me causa arrepios.

Um grande árbitro sabe que o jogo é quente.

Ele tem que usar sua sabedoria para tentar manter uma partida numa temperatura amena o máximo de tempo possível.

Jamais pode ser ele o agente que vai elevar a temperatura de uma partida.

Determinadas punições provocam reações agressivas nos agentes de um espetáculo.

Eu sempre utilizei o Eduardo Augusto, árbitro internacional do Rio de Janeiro, como símbolo disso tudo que estou tentado demonstrar.

Ele sempre teve uma capacidade inacreditável de fazer caretas.

Careta de raiva; careta de piedade, careta de por favor; careta de vou dar uma falta técnica; careta de vou te botar para fora...

E levava todo mundo. E todo mundo gosta dele. E apitou todas as finais possíveis e imaginárias. Melhor de 7 com Oscar Schmidt jogando. E ele apitava os sete jogos seguidos... Fabuloso!!!





2 comentários:

  1. Fico muito Feliz em receber um elogio do Guilherme Kroll. Para mim um grande profissional do Basquete, sem deixar sua paixão pelo Esporte, que não é pequena, fale mais alto. Racional em seus pontos de vista, criterioso em suas colocaçōes e altamente competente quando trabalha com Basquete em carater profissional. Guilherme Kroll voce realmente está fazendo falta ao Basquete de hoje, VOLTE LOGO !

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  2. É muito saudavel o debate, que não vire discussão, para que possamos acrescentar mais informação à nossa paixão basqueteira!
    Aqui podemos falar o que não é falado onde se deve, tudo à boca pequena!
    Os arbitros nao podem comentar suas decisões, mas os analistas e coordenadores podem!
    Para corrigir melhor, tem que haver um grupo stand by, pois, submeter alguem à este tipo de pressão, pode ter resultados imprevisiveis . . .
    Também tem que haver analise documentada e com DVD para observação dos lances polemicos!
    Ai sim o Coordenador de Arbitros pode conversar com os Oficiais embasado em fatos comprovados por relatorio e imagens!
    Hoje temos 7 trabalhando em um jogo e não estou vendo muita diferença quando a "porca torce o rabo"!
    A mecanica esta ruim, posturas nao sao treinadas, mudança de timing no momento crucial é fundamental para uma decisão mais palatavel!
    Usar mais o Espirito da regra!
    Obrigado!
    Heron de Souza

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