quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Anjos e Demônios em busca de mais Moicanos no Basquete Brasileiro

Os anjinhos, e os demoninhos, que habitam meu coração... estão em festa.

Ontem, foi aquele dia do ano em que recebo Alberto Bial em Macaé.

O Bial tem uma história no Basquete muito próxima a mim.

Apesar de ser 8 anos mais velho... seguimos uma trilha parecida.

Ele cursou sua fase colegial no Santo Inácio... e eu no Santo Agostinho, ambos no Rio de Janeiro.

Sinceramente, dois dos grandes colégios do Brasil.

Tínhamos pontos para cursar qualquer faculdade que escolhêssemos...

e optamos por fazer Educação Física... na UERJ... que era referência na área esportiva.

Bial foi um dos grandes armadores que vi jogar.

Ele tinha magia no seu jeito de atuar. Ninguém matava bola na sua frente.

Em outro 'Ora, Bolas!' explico o motivo.

O Bial era genial jogando. Ele sempre foi um líder nato.

Ontem, convidei-o para ministrar uma palestra para o recém formado grupo 'Esportes em Macaé'...

que criamos em parceria com a AABB local.

Macaé vive, e respira... futebol.

e o futebol é o esporte mais egocêntico do Brasil.

Quem assistiu a palestra ficou extasiado.

Meus filhos estiveram presentes... e isso não tem preço.

Eles receberam um banho de cidadania, atitude... postura, magia, carisma... e muitas outras valências que nenhuma escola ensina.

Só sei que quem não foi, perdeu.

O Bial é um dos últimos moicanos.

É da escola aonde os 'head coaches'... ou técnicos principais, tinham que ter mestrado em vida, psicologia, didática, pedagogia, comunicação... e muito mais.

Tinham que saber dominar a relação com atletas insatisfeitos (lembrando que um time de basquete é formado por 7 atletas insatisfeitos, e 5 desconfiados)...

com sua própria torcida... com a torcida adversária...

com seus dirigentes... e com os demais comandantes de todas as esferas...

com a arbitragem...

além de pais de atletas... e da mídia em geral.

Um técnico de basquete tem que encantar... dominar.

A Hortência já me disse várias vezes... que, até hoje, ainda treme quando vê a Maria Helena Cardoso, a Rainha Vitória... na sua frente.

Técnico que pede tempo para desenhar a próxima jogadinha numa pranchetinha...

não é técnico de basquete.

As jogadinhas são exaustivamente ensaiadas nos treinamentos.

As pranchetinhas só devem ser utilizadas para um possível improviso.

Uma equipe tem que ter um cartel de opções táticas.

Quem seleciona a próxima opção... é o armador, dentro da quadra.

Ele é quem tem a leitura instantânea do jogo.

O técnico é seu auxiliar.

Sugere a melhor opcção no seu ouvido...

e socorre os demais atletas... aonde eles estiverem errando.

O Bial é um Técnico de Basquete... e de vida.

Montou no Ceará... um dos mais bonitos projetos esportivos do Brasil.

Ele sempre foi referência em todos os lugares por onde passou.

E desenvolver o esporte cearense... foi um dos seus grandes desafios.

A Seleção Brasileira precisa dele.

Nosso basquete CBB está no fundo do poço.

O silêncio dos inocentes basqueteiros está ensurdecedor.

Precisamos do seu carisma... e da sua veia midiática.

Precisamos da sua competência... e do seu amor pelo esporte... e pela vida.

Não sei bem quem está escrevendo essa crônica...

se é meu anjinho... ou se é o diabinho.

Só sei que é o primeiro 'Ora, Bolas!' do mês de dezembro.

O último que escrevi, em novembro... superou a marca das 2.000 visualizações em todo o Brasil.

Nem assim me senti motivado a abrir um pouquinho do tempo que estou dedicando ao futebol.

Só o Bial para despertar isso em mim.

Será que estou me tornando egocêntrico... como fruto de estar trabalhando no futebol?

Ou será que aderi ao silêncio dos inocentes também?

Só sei que acordei com vontade de gritar.

Com vontade de berrar contra aqueles que agrediram o Edvar Simões em São José dos Campos...

com vontade de gritar contra aqueles que agrediram o Bial no jogo contra o Flamengo...

com vontade de lutar contra aqueles que deturparam a cultura esportiva brasileira...

com vontade de escrever contra dirigentes casuístas que se perpetuam com o voto de 14 corruptos...

e com vontade de detonar aqueles que se calam diante do maior escândalo da história do basquete brasileiro...

acreditando que o NBB é suficiente para sustentar a popularidade de um dos esportes mais importantes da nossa sociedade.

Bial recebeu o diploma de amigo do Esporte em Macaé