sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A Arbitragem do Basquete Brasileiro está com todos os sinais de alerta ligados

Eu comandei a arbitragem do basquete do Estado do Rio de Janeiro por muitos anos e convivi com os melhores árbitros brasileiros no auge das suas carreiras.

Comandar os grandes clássicos do nosso esporte, com a presença dos nossos ídolos, com ginásios lotados, enfrentando torcidas fanáticas era tarefa para grandes artistas do apito.

E o Brasil sempre foi campeão em formar grandes árbitros.

Administrar Oscar Schmidt, Hortência, Magic Paula, Marcel, Carioquinha, Luis Felipe, e tantos outros grandes ídolos do nosso basquete, não era tarefa fácil.

Administrar Mical, Edvar Simões, Cláudio Mortari, Maria Helena, Hélio Rubens, e tantos outros grandes técnicos que tentavam dominar a arbitragem, não era tarefa fácil.

Administrar a torcida de Franca, a de Rio Claro, a de Jales, a do Flamengo, e tantas outras que tentavam pressionar a arbitragem, não era tarefa fácil.

Mas a história do basquete brasileiro é limpa.

Os campeonatos sempre foram ganhos pelas melhores equipes, pelos melhores técnicos e pelos melhores jogadores.

Isso porque sempre tivemos os melhores árbitros.

Tenho visto, no atual NBB, uma arbitragem covarde.

Árbitros despersonalizados.

Árbitros que não fazem parte do mundo social do basquete. Eles foram robotizados.

Eu diria que foram transformados em amebas.

Minha tolerância com eles estava chegando a zero.

Ontem, com a exclusão do Neto (técnico do Flamengo), tudo mudou.

Externei minha revolta para o Byra Bello.

Tenho um respeito enorme pelo Byra. Ele faz parte do meu basquete encantado.

Ele foi armador do Vasco que jogava no Maracanãzinho que me encantava.

Ele foi técnico de basquete dos bons.

Ele tem que tomar cuidado para nunca renegar suas raízes. Mas eu sei que isso nunca vai acontecer.

Hoje, o Byra cumpre um papel preponderante de grande pedagogo do basquete brasileiro no Sportv.

Quando eu critiquei, com veemência, a arbitragem brasileira, ele reagiu.

A discussão foi ótima.

A muito tempo que eu não via uma discussão dessas no basquete.

Deveria ter sido transmitida pelo Sportv.

As pessoas do basquete têm que saber que é possível e saudável divergir e discutir sem se aborrecer e se tornar inimigo.

A discussão é saudável.

Chamamos o Neto e comprovamos que o treinador do Flamengo foi desqualificado porque quis perguntar algo para um árbitro que estava do outro lado da quadra. Como o jogo estava parado (havia sido pedido um tempo pelo técnico do Paulistano), ele deu dois passos para dentro da quadra. O árbitro principal ministrou a segunda falta técnica.

O Byra Bello defendeu a tese de que a FIBA orienta que os árbitros ajam assim.

As orientações da FIBA são para Mundiais e Jogos Olímpicos.

São para árbitros de alto nível e com alto grau de discernimento.

Não são para árbitros iniciantes que não sabem nem o currículo de quem está ali jogando

Como eles não mantêm comunicação com o meio do basquetebol, a impressão que passam é que ficam nos seus nextels tendo verdadeiros orgasmos:

 "bip... executei o Neto... bip...botei para fora o Demétrius...bip"

E o Byra Bello ainda defende o microfone na lapela deles...

Até o Pachecão deu entrevista no microfone durante o jogo:

"bip...comigo ninguém tira onda...bip...para fora, Nezinho...bip"

Mas se o orientador brasileiro está cobrando essa postura, eu tenho que aliviar...

Mas jamais poderei concordar com isso.

Quem é que está orientando isso?
Não é possível que seja um árbitro!
Qualquer árbitro de nível, numa situação dessas, se não quisesse que o Neto entrasse na quadra e visse que o Neto não estava reclamando de nada, teria pego no braço dele e resolvido o problema.

Diga-se de passagem, teve um momento que o Jacob chamou os 5 atletas do Paulistano e conversou com eles. O André Guimarães, do Flamengo quase enfartou. E o Jacob estava certo. Tem que conversar sim.

Essa conversa sobre arbitragem ainda vai render muito nesse espaço.

Saudades dos grandes árbitros, que sabiam os nomes de todos os grandes jogadores e eram respeitados por todos eles.

Eles faziam parte do espetáculo.

De qualquer forma, quero agradecer muito ao Byra Bello por ter dito que foi muito bom eu ter voltado ao basquete e que meu lugar é aqui.

O Byra sabe muito.

Tenho certeza que nossas discussões serão muito saudáveis para o basquete brasileiro.

Neto foi desqualificado porque quis fazer
 uma pergunta a um árbitro com o jogo parado.
 Barulho ensurdecedor obrigou técnico do Flamengo a
entrar na quadra para manter comunicação. 





5 comentários:

  1. Eduardo

    Eu não citei nomes porque o Byra Bello garantiu que a orientação é para todos.
    Eu citei o Jacob porque ele quebrou a norma, positivamente, numa hora em que ele percebeu que um atleta do Paulistano não entendeu uma marcação e ele reuniu os 5 atletas da equipe e explicou o que tinha apitado.
    O Jacob levou uma bronca do árbitro principal e do banco do Flamengo. Atualmente, eles são proibidos de falar com os personagens do jogo.

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  2. Um bom árbitro é aquele que sabe administrar o jogo.
    advertir,orientar e manter a disciplina,e nunca permitir gestos teatrais dos jogadores,técnicos e acompanhante da equipe.
    faltas técnicas e desqualificante,é o último instrumento que deve ser usado pelos árbitros.os árbitros devem ter o controle do jogo e devem ser bem claros nas suas decisões .

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  3. Eu tenho certeza que o motivo da desqualificação não foi banal!
    A menos que tenha havido alguma coisa anterior (nao gosto disto) e o Neto ficou marcado, na mira para um tiro fatal!
    Entrar na quadra virou moda! Eu não permito e me chamam de chato, mas isto nao acontece pois cada um tem seu espaço.
    Se o Neto foi avisado para nao entrar, naquele momento, ele tomou a tecnica porque quis.
    Ja dei tecnica porque o Professor pisou na linha do coach box, apenas para ver se eu tomaria uma atitude!
    Ainda temos muito que caminhar, o NBB deu condições de melhora, mas infelizmente ainda nao temos uma pessoa tecnica e com força politica por tras (sem interferencias) para fazer este trabalho.
    Multas precisam ser criadas e o joio separado do trigo, tem arbitro buscador de taxa e isto é feito politicamente! Um ofensa aos que trabalharam uma vida inteira de sacrificos para estar naquela posição!
    Uma lastima o desperdicio do Piovesan, que poderia fazer este papel e agora é o cara que manda mas nao manda, eminencia parda!
    Em uma proxima etapa, talvez o Pelissari possa assumir este controle e exercitar o "chicotinho arbitral"
    Muito dura a tua opinião Guilherme, mas voce pode estar correto no lance!
    abraço e obrigado
    Heron

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  4. Sr. Kroll , Bom dia!!!

    Faço parte desta nova geração no qual o senhor nos refere como "amebas", embora eu não esteja no NBB, tenho amigos lá.

    Com todo devido respeito que o senhor merece por ter tido um passado e um presente no basquete, acho que no lugar de nos chamar de "amebas" o senhor poderia fazer algo para nos ajudar a melhorar. Não concordo com muitas coisas que disse. O senhor é um profissional que merece respeito... Mas como quer ser respeitado, faltando com respeito desta maneira?

    Sou aluno de dois árbitros que o senhor postou acima: Renatinho e Pelissari. Como tudo na vida, precisa haver uma renovação, nós da nova geração somos a renovação. Como em qualquer área, temos que aceitar críticas para fazer nosso trabalho melhor. Só que faltar com respeito e educação, faz apenas o senhor perca qualquer tipo de razão.

    Por ser um amante do esporte assim como eu também sou, creio que o senhor quer ver e torce para que a arbitragem brasileira evolua. Então ser desrespeitoso com quem busca um lugar ao sol não é o caminho. Se quer ver uma melhora, busque o departamento de arbitragem da CBB no qual os mestres Piovesan e Marcelo Ávila são coordenadores, e dê suas sugestões.

    Assim como um dia o senhor começou e se tornou no excelente profissional que é hoje, nós estamos começando, trabalhando e estudando para que tenhamos a mesma excelência que o senhor alcançou.

    Acho importante frisar que não me manifesto aqui com a intenção de faltar-lhe com respeito ou criar um inimigo no basquete. Mas sim, manifestar a minha opinião para que o senhor saiba que muitas vezes no lugar de ajudar o desenvolvimento de uma determinada área (neste caso a arbitragem) este tipo de comentário acaba atrapalhando. Não lhe conheço pessoalmente, espero um dia ter o prazer de conhecê-lo, e espero que não leve para o lado pessoal o que eu te disse, pois creio que o senhor seja um cidadão de bem e com caráter e que deseja ver uma melhora numa área do basquetebol em que julga estar em declínio.

    Um forte abraço

    Douglas Nantes - Árbitro da Federação Paulista de Basketball

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