quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

A Página 11 do Basquete Feminino Brasileiro

Eu tinha jurado que não iria mais escrever sobre a atual crise do atual basquete feminino brasileiro.

Só que acontece que o poço tem fundo falso.

Tenho insistido em esclarecer que as crises ocorrem por causa de pessoas erradas em cargos vitais.

Pessoas aparentemente competentes... mas que só sabem ir até a página 10.

Quando se deparam com problemas de determinada qualidade... só fazem besteira.

Escrevi um 'Ora, Bolas!', ontem, sobre o futebol junior do Flamengo que bateu todos os recordes de visualizações.

O que é que me faz voltar a escrever sobre basquete feminino?

A resposta é simples: pessoas que eu amo e admiro.

Barbosa e Vendramini são sagrados para mim.

Laís e Arilza moram no meu coração.

Reconheço no Roberto Dornelas a pessoa mais importante do atual basquete feminino brasileiro.

Entre as atletas... muitas são especiais demais... para, simplesmente, eu esquecê-las.

Apesar de estarem merecendo.

Então vamos lá.

E não vou ter medo de ser arrogante...

é para o bem de TODOS.

Do que eu vi até agora... só duas pessoas conseguiram passar da página 10:

O Balassiano e o Bert

Todos os outros se enrolaram.

Não tenho medo de dizer que fiz a Clarissa nascer para o basquetebol.

Conheci aquela campeã de arremesso de peso (atletismo da Mangueira) e soube que ela fazia escolinha de basquete no Miécimo da Silva, em Campo Grande.

Convidei o Miécimo para disputar (de graça, sem pagar nem as taxas de arbitragem) o A-4 da Copa Eugênia Borer (competição que durava mais de 6 meses no calendário da FBERJ).

Promovi um intercâmbio do Finasa Osasco no Bradesco do Rio de Janeiro... enfrentando 3 times do Rio de Janeiro...

e pus a Clarissa jogando nos 3 times.

O pessoal do Finasa ficou muito bravo comigo.

Com isso, conseguimos que a mãe da Clarissa deixasse ela jogar basquete (ela não queria que a filha mudasse de esporte).

A Clarissa não poderia se apresentar na Seleção Brasileira da forma que se apresentou.

péra aí...

mas o Colegiado não poderia utilizar a Seleção Brasileira para outros fins...

péra aí...

mas a CBB é uma entidade política e deveria saber ouvir e negociar soluções pacíficas e agregadoras para o combalido basquete feminino brasileiro.

péra aí...

mas a CBB tem um presidente que não é presidente. Ele só está ali para fazer seus negócios e não está nem aí para o basquete brasileiro. Ele terceirizou o basquete interno... tirando a pressão (o Oscar Schmidt declarou que ele era melhor do que o antecessor porque permitiu a criação da Liga) e colocou pessoas na CBB de personalidade adequada aos seus interesses.

péra aí...

a coisa está tão complicada... que vi gente elogiando o fato do novo presidente da Federação Paulista (meu amigo Enyo) por ter ido na apresentação da Seleção Brasileira na capital paulista. Gosto demais dele, mas penso que jamais deveria ter ido. Afinal, seus filiados (que são sua razão de existir) estão posicionados contra esse momento. O momento é político. Presidentes de federações (principalmente das federações aonde existem os clubes do feminino) deveriam estar negociando com a CBB.

será que não tem ninguém lúcido nessa história? Estão querendo mostrar força para quem? Não estão vendo que nessa luta não haverá vencedores?

Pessoal...

Vamos para a página 11...

A página pós olímpica...

Como ficará o Sampaio Correa, que foi uma das maiores conquistas do esporte nacional dos últimos tempos?

Como ficarão Érika e Clarissa, que deveriam se tornar nossas referências na mídia nacional?

Como ficará o Corinthians Americana, uma marca poderosíssima e dona de uma tradição insubstituível?

Como ficarão as atletas que não se apresentaram na Seleção Brasileira e tiveram suas cartas expostas sem nenhuma necessidade, nem inteligência?

Como ficará a Adriana, dona de um passado de glórias e de um presente promissor... agora subalterna de um esquema que lembra o que de pior já vivemos no basquete brasileiro?

Como ficará o Zanon, que teve a grandeza de renunciar ao sonho de dirigir a Seleção Brasileira numa Olimpíada no Rio de Janeiro, numa tentativa de unir o basquete feminino brasileiro?

Como ficará uma modalidade que já afastou Rainha Hortência, Magic Paula, Janeth, Maria Helena, Heleninha... se perder o Colegiado?

Isso deve ser problema de alguém...

Para não ficar confuso... vale uma explicação.

Se apresentar... ou não se apresentar... não resolve nada.

Peço desculpas ao meu ídolo Guilherme Giovanonni...

mas a solução tem que ser coletiva.

Uma assembléia da classe JÁ!

Uma posição da categoria.

O Bert lembrou bem.

O vôlei já fez isso.

Não aceitaram uma convocação do meu amigo Marco Aurélio Motta...

e a CBV foi obrigada a trocar de técnico... chamando o José Roberto Guimarães.

Só que foi uma decisão coletiva... forte... inquestionável... e sem nenhuma conotação individual.






2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. No caso do Marco Aurélio ele pediu demissão como no caso do Zanon, na CBV como na CBB também não foi imposto, um jogador, um técnico, um dirigente, de foro intimo pessoal pode recusar uma convocação da seleção brasileiro, nada a fará ir, o que não pode é tentar obrigar que os outros também façam isso. Como ficará ? O Superior Tribunal de Justiça Desportiva vai mostrar a página 12.

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