sexta-feira, 3 de abril de 2015

Magic Paula... com mira a laser... brilha na Tv... e deveria participar das grandes decisões do basquete feminino brasileiro

Nós, basqueteiros... não podemos reclamar da quantidade de jogos televisionados... no atual momento do basquete brasileiro.

mas penso que alguma coisa tem que ser repensada.

Os duelos entre as equipes femininas do Maranhão... e Sport Recife... tiveram todos os ingredientes necessários para emocionar nosso público... em todo Brasil...

e não foram transmitidas.

Os jogos do masculino da Liga Sorocabana... que demonstra uma reação histórica... também mereciam uma atenção especial...

principalmente se considerarmos o site oficial do NBB... que pode escolher livremente sua grade de transmissões.

Ontem... para salvar a quinta-feira...

assisti minha eterna ídola... Magic Paula... no programa 'Aqui com o Benja'.

Paula sempre esbanjou magia... carisma... autenticidade.

e ontem não foi diferente.

Paula disse que não é mais reconhecida nas ruas...

disse que... quando a reconhecem... perguntam se ela não é a Paula... do vôlei.

A falta de cultura específica do basquete brasileiro é o nosso maior problema... há muitos anos.

Oscar Schmidt, Magic Paula, Hortência, Janeth, Nenê... e muitos outros ícones do basquete brasileiro...

se rebelaram contra a CBB...

e fundaram a Nossa Liga de Basquete...

que foi o embrião do atual NBB.

e a CBB tratou de tentar apagar nossos ídolos... no imaginário popular.

Foi importante demais ver a Magic Paula de volta na mídia televisiva.

Quando o Benja colocou a Paula no 'Paredão'...

perguntando qual era sua Seleção predileta...

ela respondeu: "1991... em Havana".

"Havia muita harmonia...

Quando o Fidel Castro chegava no ginásio... era uma comoção...

antes da grande final... entre Brasil e Cuba...

ele quis falar comigo... e com a Hortência.

A Maria Helena (Cardoso, a técnica da equipe)... que sempre foi uma grande estrategista... não permitiu...

após o jogo... na premiação... ele foi muito simpático e carinhoso conosco...

ele disse que nós tínhamos mira a laser...

foi um momento inesquecível..."

"Nós ficamos 15 anos na Seleção para começarmos a obter grandes conquistas...

acho que foi porque tínhamos dificuldade de tirarmos as camisas dos nossos clubes...

e porque necessitávamos de jogadoras mais altas...

A importância da Alessandra... da Leila... da Cíntia Tuiú... é inegável...

elas aliviaram nosso trabalho... para podermos jogar longe do garrafão..."

Sua rivalidade com a Rainha Hortência é histórica:

"Hoje... com a idade que estamos... não podemos mais carregar os mesmos erros da nossa juventude...

Houve um momento em que nós começamos a enxergar que era necessário nos unirmos...

deixar a rivalidade para a imprensa..."

"Eu sempre fui completamente diferente da Hortência...

se fosse no futebol...

eu seria meio-de-campo... e ela atacante...

nós tínhamos que nos completar..."

Quando o craque Nezinho, de Limeira, participou do quadro 'Aqui se Pergunta'...

Magic Paula falou sobre o início da sua carreira:

"Comecei no Clube das Bandeiras, de Osvaldo Cruz... minha cidade...

com 10 anos... já era titular no time das meninas de 16.

Com 12 anos... fui para Assis... para poder me desenvolver no basquete.

Eu chorava muito... por estar fora de casa...

mas meus pais foram visionários..."

O técnico de futebol, Oswaldo de Oliveira... do Palmeiras... também participou do quadro...

perguntando sobre as novas gerações do basquete feminino brasileiro.

"Mudou muita coisa...

está difícil seduzir os jovens a praticar esporte...

para essa nova geração está tudo muito fácil...

ninguém quer mais ter que ficar aturando um técnico no seu ouvido...

cobrando atitudes..."

"Se demora de 10 a 12 anos para formar um craque..."

Quando o Benja a colocou no 'Paredão'... para escolher sua cidade favorita...

Paula não pestanejou: "Piracicaba"

Como meu amor pelo basquete é piracicabano...

como venho de família piracicabana...

e meu pai foi atleta laureado naquela cidade...

entendo perfeitamente essa resposta da Paula...

que afirmou que seus pais estão enterrados lá... e que ela possui um sítio na cidade.

O armador Neto, do Palmeiras... foi outra fera que fez uma pergunta para Paula...

querendo saber sobre a participação do feminino nas próximas Olimpíadas.

Magic Paula respondeu afirmando estar bem longe desse processo...

e que não acredita em trabalho de curta duração.

Ela afirmou que são necessários 2 ciclos olímpicos para se formar uma equipe campeã.

Tenho convicção que a Paula jamais poderia ficar afastada das principais decisões que envolvessem o basquete feminino brasileiro.

Outra afirmação bacana da Paula... foi quando perguntada sobre o Michael Jordan...

Ela afirmou ter visto um estudo aonde determinava que o Jordan possuía mais de 1.000 opções... cada vez que recebia a bola...

seus recursos eram intermináveis.

Por isso afirmo que o basquetebol é uma das ciências mais complexas da nossa sociedade.

Para finalizar... o quadro 'Aqui não se Pipoca'...

Pedindo para a Magic Paula... definir a Magic Paula...

"Sou uma pessoa simples... que busca o simples..."

A pessoa Paula pode ser simples...

mas seu talento... sua arte... seu basquete...

nunca tiveram nada de simples.



1991... em Havana (Cuba)...
Brasil campeão panamericano


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