sábado, 29 de outubro de 2016

Eduardo, Ewaldo, Maurício, Guerrinha, Hélio Rubens, Christiano... e a volta do Basquete Mágico

Sei lá...

Os 2 'Ora, Bolas!' que escrevemos nessa semana já ultrapassaram a marca de 1.100 visualizações.

Isso mexe com o ego da gente.

A qualidade das pessoas que curtiram... e comentaram... é impressionante.

Acho que a chama está reacendendo.

Já escrevi que as finais do Campeonato Carioca de Basquete estão mexendo comigo.

Anda passando um filme na minha cabeça.

O Basquete do RJ dos anos 2.000 foi mágico.

Naquela época... tinha Maracanãzinho lotado... duas torcidas no ginásio... e tv ao vivo em todas as partidas.

Isso gerava recursos para financiar a base... e o basquete feminino.

Uma das coisas que mais me agradou nesses 2 jogos foi a arbitragem.

Não consigo me acostumar com a 'tal' modernidade.

Não consigo engulir uma teoria que diz para a arbitragem deixar de apitar faltas... para contribuir com a dinâmica do jogo.

Falta é falta... e sempre será.

Sempre que um jogador levar algum tipo de vantagem com uma atitude faltosa...

isso deve ser apitado.

Se o jogo ficar muito truncado... isso não é problema da arbitragem.

O basquete moderno tem orgasmos com os tocos sensacionais.

Não importa se houve falta... ou não.

Teve gente reclamando da 5a. falta do Marquinhos no segundo jogo.

Teve gente desprezando a mão na cintura... impedindo o atacante de saltar.

Mesmo no NBB... sempre fico com a impressão de que vai chegar o dia que um árbitro vai gritar 'TOCO'... ou 'MOOONSTRO'...

num lance desses.

O efeito colateral disso... é que estão acabando os grandes pivôs.

Um Caio Torres, ou um Murilo da vida... não sofrem mais falta.

A solução ofensiva passa a se resumir em chutes de fora.

Ninguém quer mais fazer bandeja.

O Basquete sempre foi uma eterna briga por posição.

Agora... deixou se ser.

O jogador que ficou atrás... pode chargear a vontade... desde que alcance a bola.

Mas com Eduardo Augusto, Ewaldo Ramos e Maurício Serour, não.

São árbitros que possuem muita história no Basquete.

Sabem que a falta falta... tem que ser apitada.

Isso me deixou muito feliz.

Assim como me alegra ver o Christiano trabalhar no Vasco.

Ele é do tempo em que os técnicos não usavam pranchetinha.

Os assistentes só entregavam uma prancheta como apoio.

O Hélio Rubens sempre trabalhou com apenas 1 padrão de jogo contra cada tipo de defesa.

Um padrão para cada formação que possuísse.

Jamais esquecerei uma experiência numa cerimônia de premiação na Federação Paulista de Basketball.

O Hélio Rubens tinha acabado de conduzir Franca ao título de campeão brasileiro e paulista.

Com um time renovado... aquele do Dexter Shouse.

Mestre Hélio me confidenciou que... na segunda temporada com o mesmo plantel...

iria começar a lançar mais jogadinhas táticas.

Quase caí para trás.

Perguntei como é que ele tinha vencido tudo... com apenas 1 padrão contra cada tipo de defesa.

Ele me respondeu... calmamente...

que no primeiro ano de trabalho... com um novo jogador...

o importante era ensinar ele a jogar.

Lapidar os detalhes do jogo...

e criar movimentações 2 a 2.

O Edvar era a mesma coisa. A Maria Helena, idem.

Mas nossos jovens grandes técnicos pensam diferente.

Pedem tempo apenas para selecionar a jogadinha do próximo ataque.

Como se a equipe não tivesse treinado exaustivamente cada jogada.

E como se armador não devesse selecionar... em função do posicionamento defensivo... e do quinteto que estiver na quadra.

O armador é quem tem que saber para quem vai jogar.

Enfim...

tenho escrito que acredito que grandes mudanças irão acontecer no ano que vem.

Acredito que o melhor técnico do Brasil não pode ficar 1 ano desempregado.

Acredito que os jovens técnicos merecem conviver com grandes mestres... para que possam crescer.

Acredito que nossos futuros craques mereçam ter treinadores que os ensinem os complexos fundamentos do jogo.

E acredito que os movimentos faltosos... sejam considerados como ilegais...

mesmo que isso torne o jogo truncado.

PS. A foto ilustrativa de hoje é em homenagem ao campeão Mogi... que apostou num grande técnico... para conseguir conquistar um título mais do que merecido.

Na foto, o registro do momento em que o craque Guerrinha ofertava o 'Ora, Bolas!' com uma camisa histórica da conquista do Pan de 1987, em Indianapolis.



2 comentários:

  1. Muito bom artigo Guilherme, apreciei de verdade. Um abraço. Paulo Murilo

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    1. Muito obrigado, Mestre Paulo Murilo. Um elogio seu... não tem preço.

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