terça-feira, 15 de novembro de 2016

Crônica de uma Morte Anunciada

Estamos lendo que a Confederação Brasileira de Basketball foi suspensa pela Federação Internacional.

Muita sujeira envolvendo tudo isso.

Parece que os clubes brasileiros estão suspensos de competições internacionais.

Nada mais justo do que isso.

A Gestão Grego matou a cultura específica do basquete brasileiro.

O então presidente da CBB não gostava de ser questionado. Não tolerava quem tinha opinião.

Houve um verdadeiro genocídio. As cabeças pensantes foram afastadas, perseguidas... e difamadas.

O Brasil maltratou seus ídolos.

O Oscar Schmidt, um dos ídolos mais midiáticos da nossa história... se ofereceu para liderar uma revolução histórica.

Seu ego... e seu temperamento... foram armas letais na mão dos poderosos da CBB.

Mas a semente foi plantada.

A Nossa Liga de Basquete é eterna.

Ela foi o embrião do atual NBB.

Só que custou muito caro.

A Nossa Liga não era o Oscar.

Era Hortência, Magic Paula, Nenê, Janeth...

Era os principais dirigentes de clubes do Brasil...

e era os melhores dirigentes de federações do nosso país.

O NBB foi criado... em troca do silêncio dos inocentes.

Tem uma meninada fazendo basquete... super competente.

Eles dão banho de mídia... de organização... e de seriedade.

Mas basquete é muito mais do que isso.

Basquete é uma ciência tão complexa quanto a física quântica.

Fazer basquete no Brasil... sem Wlamir Marques, Edvar Simões, Maria Helena, Cláudio Mortari...

sem Marcel, Janeth, Amauri Passos, Carioquinha, Marquinhos...

sem Hélio Rubens, Heleninha, Antônio Carlos Barbosa, Miguel Ângelo da Luz...

sem as grandes duplas de técnicos do feminino brasileiro...

sem os craques que formavam gerações inteiras no nosso masculino...

sem a força do interior de São Paulo...

sem dirigentes apaixonados pelas inúmeras cidades tradicionais da nossa história...

não tem como dar certo.

Quando fui dirigente da Federação do Rio nos anos 2.000...

conquistamos um sucesso impressionante.

Entendíamos o basquete como algo global.

Em vez de apoio... fomos fortemente perseguidos pela entidade-mãe.

Foi quando abri mão do meu status... e passei a escrever crônicas denunciando os desmandos dos nossos dirigentes.

Houve até uma intervenção na CBB.

Entramos lá... e os computadores estavam deletados.

Uma vergonha.

Não deu em nada.

Foram ardilosos, como sempre... e jogaram os frágeis presidentes de federações contra nós.

Teve um grande técnico de basquete que não se cansou de alertar:

"Toma cuidado, Guilherme"

Só que eu não estava nem aí para o meu cargo... e continuei.

E me afastei.

Houve uma eleição forjada na FBERJ...

aonde o atual presidente se elegeu... com os votos de quem não podia votar.

O presidente da época, Pedro Arantes... não quis comprar a briga.

Até porque o orçamento estava, cada ano, menor.

Como manter a qualidade do basquete num estado... com o declínio vertiginoso do basquete nacional?

Fomos todos para casa.

Fui trabalhar com futebol, jornalismo e marketing.

Prestem bem atenção ao que vou contar agora.

O tempo passou.

O basquete brasileiro continuou em queda livre.

O Grego me procurou querendo voltar para a presidência da CBB.

A princípio, eu não quis papo.

Mas ele insistiu...

disse que estava mudado...

pediu perdão...

disse que não queria mais saber da equipe de trabalho do passado.

O pior é que o staff do Grego me demonstrou muita coisa feia da Gestão Carlos Nunes.

Era nítido que o Carlinhos não gostava de basquete.

Os candidatos estavam totalmente definidos.

Seria Grego x Carlos Nunes.

Tive a certeza que o basquete brasileiro não suportaria mais 4 anos dessa atual administração.

O mundo caiu em cima de mim.

Até meu ídolo Oscar Schmidt andou dando entrevistas de apoio ao Carlinhos.

A rejeição ao Grego era total.

Teve gente dizendo que meu apoio era em troca de algum cargo.

Eu jamais trabalharia com o Grego.

Só desejei demonstrar que 'muito ruim com o Grego'... 'pior com o Carlos Nunes'

Enfim...

me afastei novamente.

Só mantive o elo através do Ora, Bolas!

Ninguém é inocente.

O que está faltando para um impeachment?

O que está faltando para se convocar todas as cabeças pensantes do nosso esporte?

Respeitar a história.

Criar um conselho consultivo capaz de fornecer subsídios positivos para os atuais projetistas.

O NBB é um super produto...

mas não pode ser a solução de todos os problemas. Nem da metade deles.

Temos que evoluir.

Estou confiante.

Tem gente muito boa querendo assumir a CBB.

Mas nada funcionará se todos os basqueteiros não mudarem de atitude.

Os afastados devem voltar a ter fortes opiniões...

e os que estão em atividade... devem começar a utilizar suas vozes...

em vez de ficar rabiscando lindas pranchetinhas.


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